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Saúde

TDAH afeta a atenção, controle de impulsos, agitação motora e mental

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O ator Will Smith e a influenciadora digital Virgínia Fonseca - Foto divulgação

Segundo a Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA), cerca de 3% a 5% das crianças no mundo vivem com esse transtorno de neurodesenvolvimento

A médica Fernanda Rizzo (CRM-ES 15.099) explica que para diagnosticar o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é preciso olhar uma série de comportamentos, como a dificuldade que a pessoa tem em manter o foco, se existem sintomas de hiperatividade e impulsividade. “O TDAH não é um transtorno transitório ou que surge na vida adulta. Seu diagnóstico só é fechado após uma avaliação clínica cuidadosa que envolve o histórico familiar, escolar, as relações interpessoais, as disfunções presentes e, muitas vezes, pode se fazer necessária a abordagem de familiares e professores para uma visão mais abrangente”, afirma.

Rizzo ressalta que o TDAH é diagnosticado mais frequentemente em meninos, mas isso pode ser porque os sintomas nos meninos tendem a ser mais visíveis, como a hiperatividade. Nas meninas, os sintomas podem ser mais sutis, como desatenção e dificuldades de organização, o que às vezes leva ao diagnóstico mais tardio ou até à falta dele. Mas isso é algo bastante subjetivo.

Fernanda conta que os pais tendem a perceber quando a criança tem dificuldades em casa para completar tarefas simples ou por comportamentos muito agitados, ou disruptivos. Na escola, as professoras podem notar quando essa dificuldade afeta o rendimento ou no relacionamento com os colegas. Ela diz que a avaliação dos diferentes contextos em que o paciente está exposto também é essencial para o diagnóstico.

O problema aparece na infância, mas pode se manifestar na vida adulta. Personalidades famosas como o ator Will Smith e a influenciadora digital Virgínia Fonseca foram diagnosticados com TDAH e já falaram publicamente sobre o assunto. Rizzo aponta que é muito comum o diagnóstico aparecer na fase adulta quando a pessoa busca ajuda para outros problemas, como ansiedade ou dificuldade de organização.

Dra. Fernanda Rizzo - Foto divulgação

Dra. Fernanda Rizzo – Foto divulgação

Segundo a médica, a hiperatividade é um excesso de energia, como se a pessoa fosse incapaz de se manter parada. Já a impulsividade tem mais a ver com agir sem pensar, tomar decisões precipitadas, interromper os outros ou até ter reações emocionais exageradas. “Muitas vezes os dois andam juntos, mas são manifestações diferentes”, observa.

Fatores ambientais e genéticos

Conforme Fernanda, o TDAH tem uma base genética muito forte, ou seja, se tem alguém na família com o transtorno, as chances de outro familiar também aumentam. Além disso, fatores ambientais, como exposição a substâncias tóxicas durante a gravidez e a vida, situações difíceis no ambiente familiar, podem contribuir para o desenvolvimento dos sintomas.

De acordo com a médica, o TDAH pode estar associado a outras doenças psiquiátricas, como ansiedade, depressão, transtornos de aprendizagem ou transtornos de personalidade. “Por isso, o tratamento precisa ser individualizado, avaliando o indivíduo de forma integralizada e não focando apenas nos sintomas”, salienta.

Tratamento

Rizzo comenta que o tratamento do TDAH é multimodal (envolve várias abordagens). Os medicamentos são utilizados para ajudar no controle da impulsividade, regulação emocional, mas também é essencial a psicoterapia. Em crianças, o suporte dos pais e professores é fundamental. Nos adultos deve-se lançar mão de técnicas de organização, planejamento, atividade física, mindfulness entre outros para agregar um tratamento realmente eficaz.

Orientação aos pais

Fernanda lembra que o TDAH não define a criança e deve ser encarado como uma característica inerente àquele indivíduo, que pode ser modulada e conduzida para melhorar a qualidade de vida dele. É importante buscar entender o transtorno e ser empático, criando uma rotina estruturada e ter uma comunicação clara com a criança é essencial. “O apoio na escola também será algo de muita relevância para evolução do quadro, então vale a pena manter o diálogo sempre aberto com os professores. Caso haja necessidade de medicação, não há por que não aderir. O acompanhamento médico e psicológico regular vai garantir que esse tratamento seja o mais seguro e eficaz possível”, finaliza.

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