Tabagismo é um problema de saúde pública

O cigarro contém mais de 4.720 substâncias tóxicas

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que existe 1,25 bilhão de adultos usuários de tabaco no mundo. Personalidades famosas como o ator Fiuk e a atriz britânica Emma Thompson já foram flagrados fumando, apesar de todos os danos à saúde que este péssimo hábito pode causar. O médico Luis Felipe Paschoali comenta que o cigarro é uma droga de fácil acesso, já que diversos estabelecimentos vendem esse produto, apesar de toda contrapropaganda imposta pelo governo. Ele pontua que, somado a isso, a droga é altamente viciante e uma das mais difíceis de se abandonar. “Existem medicamentos que ajudam na cessação do tabagismo, como antidepressivos, adesivos e gomas de mascar de nicotina, mas, ainda assim, o abandono do tabagismo é uma situação desafiadora”, conta.

Segundo Paschoali, as principais complicações do tabagismo são a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), que popularmente é conhecida como enfisema pulmonar ou bronquite. É também um fator de risco para o desenvolvimento de praticamente todos os tipos de cânceres, principalmente de bexiga. “É fundamental pensar em câncer de bexiga no paciente homem, tabagista ou ex-tabagista, com mais de 55 anos, que esteja apresentando sangramento urinário, por exemplo”, esclarece.

O médico afirma que o ato de fumar causa danos nos vasos sanguíneos, o que aumenta muito o risco de desenvolver doenças cardiovasculares, como infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e doença vascular periférica, além de contribuir com o desenvolvimento de alergias e estar relacionado a diversos outros tipos de doenças.

Dr. Luis Paschoali – Foto divulgação

Paschoali explica que a nicotina promove a liberação de dopamina no cérebro, o nosso sistema de recompensa, fazendo com que a pessoa sinta uma sensação de euforia e bem-estar, reforçando ainda mais o consumo do cigarro. Por ter um efeito rápido, é muito comum que as pessoas consumam diversos cigarros por dia.

Cigarro eletrônico

O médico diz que, por não ter cheiro, ter uma fumaça parecida com vapor d’água, o cigarro eletrônico passa a sensação de não causar os mesmos danos que o cigarro convencional. Além disso, como destaca Paschoali, a contrapropaganda do governo em relação ao cigarro não contempla ainda os eletrônicos, deixando de informar a população sobre os riscos que estes dispositivos podem causar, que apesar de ainda não serem totalmente conhecidos, tudo indica que são os mesmos ou piores que os cigarros tradicionais.

Orientação para quem deseja abandonar o cigarro

Conforme o especialista, o primeiro ponto para ter sucesso em parar de fumar é querer largar o vício. “Uma vez que a pessoa me procurou, eu costumo marcar uma data limite para poder fazer a despedida do cigarro. Uma vez atingida aquela data, a pessoa não deve mais comprar e nem colocar nenhum cigarro na boca para dar uma simples tragada, pois esse pode ser o gatilho para uma recaída”, lembra.

Paschoali ressalta que lapsos ocorrerão durante o processo, entretanto, quando isso acontecer, é importante que o indivíduo se concentre em retomar o tratamento o mais rápido possível. O médico enfatiza que o lapso pode ocorrer quando a pessoa, por exemplo, estiver em uma festa ou evento e acaba fumando. Já a recaída ocorre quando há a sucessão de três lapsos seguidos. Além disso, ele salienta que prescreve medicações específicas para reduzir os sintomas de abstinências, visando proporcionar este processo menos desagradável para a pessoa.