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Saúde

Prótese do quadril em jovens: é preciso esperar?

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Andy Murray - Foto divulgação

As altas taxas de sucesso e satisfação dos pacientes com a cirurgia de prótese (artroplastia) do quadril crescem constantemente

Em 2019, aos 30 anos, o tenista britânico Andy Murray, bicampeão do Aberto de Wimbledon (2013 e 2016) e duas vezes medalhista de ouro nos Jogos Olímpicos (Londres e Rio de Janeiro), submeteu-se à cirurgia de prótese do quadril. Segundo o ortopedista Inácio Ventura, o procedimento é seguro e apresenta ótima relação de risco-benefício, sendo a solução para problemas que vão além das dores, em pessoas de qualquer faixa etária. Entretanto, há pacientes que recebem a indicação para a artroplastia do quadril e são orientados a adiá-la por serem jovens. “Pacientes entre 30 e 40 anos têm como frequentes causas de artroplastia a osteonecrose e artrites inflamatórias. Nesses casos, por escassez de dados na literatura, ainda não podemos afirmar que a prótese durará a vida inteira”, explica.

Ventura aponta que artroplastias em pacientes abaixo dos 30 anos são indicadas após sequelas de problemas do quadril na infância e pré-adolescência, como a displasia acetabular; epifisiólise; doença de Legg-Calvé-Perthes e traumas ocorridos em acidentes. Tais pacientes, extremamente jovens, com quadro clínico da artrose sem alívio por meio de tratamentos não cirúrgicos e indicação à artroplastia, devem considerar todas as vantagens desta cirurgia.

O ortopedista comenta que pessoas desse grupo etário estão no auge de sua vida produtiva e sentir dores constantes trará perdas sociais, prejuízos profissionais e de progressão da carreira, além de outros transtornos. “Por mais que haja preocupação quanto à durabilidade da prótese, conviver com os desconfortos e dores por anos não deve ser a única opção”, ressalta.

Vantagens para os jovens que optam pela prótese do quadril

De acordo com o especialista, todos os grupos etários apresentam escores funcionais satisfatórios, mas os jovens são capazes de executar funções mais exigentes, como a prática esportiva mais intensa, por exemplo. Ele conta que a tecnologia incorporada aos procedimentos cirúrgicos e às próteses já comprovaram durabilidade de décadas, mesmo considerando que pacientes jovens terão maior utilização da prótese ao longo da vida.

No entanto, o médico diz que problemas podem se desenvolver enquanto o paciente retarda sua cirurgia, como aconteceu com o tenista Murray. O atleta sofria com dores desde os 23 anos. O caso dele era grave dado o desgaste acentuado da articulação, decorrente do diagnóstico tardio.

Dr. Inácio Ventura - Foto divulgação

Dr. Inácio Ventura – Foto divulgação

Ventura esclarece que a artrose do quadril tem a predisposição à artroses secundárias (coluna lombar, quadril contralateral e joelhos). Além disso, predispõe a tendinites e problemas musculares de difícil resolução, assim como ao desenvolvimento de dor crônica, podendo levar a transtornos do sono e depressão, inclusive. Pessoas com limitações para se exercitar, devido às dores e restrição de movimento, reduzirão sua agilidade, resistência muscular e capacidade cardiorrespiratória.

O ortopedista destaca também que outra vantagem é a avaliação de riscos, pois pacientes jovens, em sua maioria, não apresentam patologias agravantes, o que torna o procedimento cirúrgico ainda mais seguro e com menores riscos de complicações.

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