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Saúde

Menopausa e terceira idade: ginecologista diz que atividade sexual pode ajudar a melhorar a circulação sanguínea, fortalecer o sistema cardiovascular e manter a flexibilidade muscular e articular

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A apresentadora Monique Evans e a atriz Neusa Borges - Foto divulgação

O sexo também pode contribuir para melhorar o controle da dor e função imunológica

Famosas como a apresentadora Monique Evans, 67 e a atriz Neusa Borges, 82, já falaram publicamente sobre o sexo na terceira idade e como lidam com a questão. A primeira, em conversa com os seguidores na rede social, disse que sente vontade de transar, enquanto a segunda contou à coluna da jornalista Patrícia Kogut que os idosos também fazem sexo como os jovens. A ginecologista Helena Lapa (CRM-SP 221.722 e RQE 106763) afirma que os benefícios do sexo na terceira idade e menopausa para as mulheres são importantes por várias razões. A médica lista pontos essenciais que incluem:

Saúde mental: o sexo libera endorfinas e vários hormônios do bem-estar que podem reduzir o estresse, melhorar o humor, o sono, combater a depressão e a ansiedade. Na terceira idade, manter a saúde mental é crucial para a qualidade de vida.

Conexão emocional: o sexo pode fortalecer os laços emocionais entre parceiros, proporcionando uma sensação de intimidade, carinho e segurança, o que é fundamental para o bem-estar emocional.

Autoestima e imagem corporal: a continuidade da vida sexual na terceira idade pode ajudar a manter a autoestima e a imagem corporal positiva. Isso é particularmente importante, já que muitos idosos podem enfrentar desafios relacionados à percepção de sua própria aparência e vitalidade.

Quebra de tabus: ajuda a combater estigmas e preconceitos, promovendo uma visão mais saudável e realista sobre a sexualidade em todas as fases da vida.

Melhoria da qualidade de vida: a manutenção de uma vida sexual ativa pode contribuir para uma melhor qualidade de vida geral, promovendo a felicidade, a satisfação pessoal e o bem-estar.

Alterações sexuais no organismo da mulher a partir da menopausa

Conforme a especialista, as alterações sexuais no organismo da mulher idosa são influenciadas pelas mudanças hormonais associadas à menopausa e ao envelhecimento em geral, devido às quedas dos hormônios estradiol, estriol, progesterona e testosterona. Helena esclarece que essas mudanças podem afetar a resposta sexual, a saúde vaginal e o desejo sexual.

Secura vaginal e dor: a redução do estrogênio e estriol causam diminuição da lubrificação vaginal, o que pode resultar em secura vaginal. Isso pode tornar o sexo desconfortável ou doloroso, uma condição conhecida como dispareunia, e em casos mais avançados, vaginismo.

Atrofia vaginal: a mucosa vaginal tende a ficar mais fina, menos elástica e mais frágil. É uma condição conhecida como atrofia vaginal ou vaginite atrófica. Isso pode contribuir para a dor durante o sexo, aumentando o risco de infecções vaginais devido ao aparecimento de fissuras ou microfissuras pela falta de integridade do epitélio vaginal.

Diminuição do fluxo sanguíneo genital: com o envelhecimento, o fluxo sanguíneo para os órgãos genitais pode diminuir, especialmente se houver outras doenças associadas como diabetes, hipertensão arterial e dislipidemias. “Tudo isso vai resultar em uma resposta sexual mais lenta, incluindo a excitação e a capacidade de atingir o orgasmo”, aponta.

Redução do tônus muscular: os músculos do assoalho pélvico podem enfraquecer com a idade, o que pode afetar a sensação de prazer durante o sexo. São indicados exercícios para fortalecer esses músculos, como os de Kegel, que podem ajudar na melhora da função sexual. “Alguns casos podem ser necessários associar sessões de fisioterapia do assoalho pélvico, com exercícios e estímulos mais direcionados para queixas e patologia”, comenta.

Diminuição do desejo sexual: algumas mulheres podem experimentar uma diminuição no desejo sexual ou na libido. Isso pode ser influenciado por fatores físicos, como alterações hormonais, e fatores psicológicos, como estresse, ansiedade ou questões conjugais.

Mudanças na autoestima e imagem corporal: o envelhecimento pode impactar a percepção que a mulher tem de seu próprio corpo, o que pode influenciar seu desejo sexual e sua satisfação com a vida sexual.

Alterações na resposta orgásmica e necessidade de maior estímulo: o tempo necessário para atingir o orgasmo pode aumentar, e a intensidade pode diminuir. No entanto, muitas mulheres ainda conseguem alcançar orgasmos satisfatórios na terceira idade. “Todas as mudanças físicas que ocorrem no corpo da mulher na menopausa podem representar uma necessidade de mais tempo e estímulo para alcançar a excitação e o orgasmo. Explorar novas formas de intimidade e comunicação com o parceiro pode ser importante”, pontua.

Desmistificando a sexualidade e a menopausa

Mito: A libido desaparece completamente na menopausa

Realidade: embora algumas mulheres possam experimentar uma diminuição do desejo sexual devido às mudanças hormonais, muitas continuam a ter interesse e prazer sexual, principalmente se elas estiverem em tratamento com reposição hormonal e num estilo de vida saudável e equilibrado.

Mito: A menopausa marca o fim da vida sexual

Realidade: muitas mulheres continuam a ter uma vida sexual ativa e gratificante após a menopausa, com o benefício adicional de terem mais experiência, autoconhecimento e liberdade.

Mito: O sexo na menopausa é sempre doloroso

Realidade: existem tratamentos eficazes, como lubrificantes, hidratantes vaginais, terapia hormonal, laserterapia e radiofrequência fracionada, que podem aliviar sintomas como dor e ressecamento vaginal e melhorar a experiência sexual.

Mito: Mulheres na menopausa não têm mais orgasmo.

Realidade: as mulheres podem continuar a ter orgasmos normalmente após a menopausa. Embora algumas possam notar mudanças na intensidade ou frequência, muitas mantêm ou até descobrem novas formas de prazer.

Mito: Apenas mulheres mais jovens são sexualmente atraentes

Realidade: a atração sexual não é exclusiva das mais jovens, ainda mais atualmente em que os procedimentos estéticos estão cada vez mais em evidência e contribuindo para a longevidade da mulher. A autoestima, a confiança e a conexão emocional com o parceiro são fatores primordiais na atração e satisfação sexual em qualquer idade.

Mito: Terapia hormonal é a única solução para os problemas sexuais na menopausa

Realidade: Alternativas como laserterapia, radiofrequência, uso de lubrificantes e hidratantes vaginais, além de mudanças no estilo de vida, psicoterapia, técnicas de mindfulness, podem ajudar a melhorar a vida sexual sem a necessidade exclusiva de hormônios.

Mito: Homens não se interessam sexualmente por mulheres na menopausa. Realidade: O desejo sexual masculino não está necessariamente vinculado à idade ou à fase da vida da mulher, especialmente em relacionamentos baseados em respeito, confiança e intimidade.

Dra. Helena Lapa - Foto divulgação

Dra. Helena Lapa – Foto divulgação

A médica reforça que, se a mulher estiver em acompanhamento de saúde e reposição hormonal, é importante estender, se possível, esses cuidados ao parceiro também, para haver uma sintonia e manutenção da saúde sexual para o casal na totalidade. “Uma mulher que esteja experimentando uma melhora da sua saúde sexual e o parceiro não, pode acabar vivenciando inseguranças e conflitos conjugais”, finaliza.

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