NOSSAS REDES SOCIAS

Saúde

Dietas restritivas: “é crucial que qualquer dieta seja bem planejada e monitorada para garantir a saúde e o bem-estar do paciente”, alerta a nutricionista

Publicado

em

Gwyneth Paltrow - Foto divulgação

Entenda o conceito e como emagrecer com segurança

A atriz Gwyneth Paltrow, em entrevista concedida ao podcast The Art of Being Well, revelou que, pela manhã, costuma consumir algo “que não eleve sua glicose”, como café. No almoço, ela falou que consome sopa de ossos. No jantar, a artista segue a dieta paleolítica, comendo vegetais. Essas restrições alimentares viralizaram nas redes, gerando debates sobre o assunto. A nutricionista Graciele Bazílio diz que as dietas restritivas limitam, excluem certos grupos de alimentos para promover perda de peso ou tratar condições de saúde. A especialista afirma que embora possam ser eficazes em curto prazo, estudos mostram que elas podem causar deficiências nutricionais, perda de massa muscular e comportamentos alimentares desordenados. “A sustentabilidade em longo prazo dessas dietas é muitas vezes questionável”, reforça.

Os pacientes que adotam dietas restritivas, conforme Graciele cita, podem ter consequências boas como perda de peso rápida, melhora em certas condições de saúde (diabetes e hipertensão). Contudo, há o lado que engloba deficiências nutricionais, perda de massa muscular, comportamentos alimentares desordenados (ansiedade, compulsão alimentar), risco de efeito sanfona (recuperar o peso perdido) e dificuldade de manter a dieta em longo prazo.

Dra. Graciele Bazilio - Foto divulgação

Dra. Graciele Bazilio – Foto divulgação

Segundo a nutricionista, se a paciente fala que passa fome na dieta, alguns pontos podem estar equivocados como:

Calorias insuficientes: a ingestão calórica pode estar muito baixa, o que não sustenta as necessidades energéticas diárias.

Distribuição de macronutrientes de forma inadequada: pode haver um desequilíbrio entre proteínas, gorduras e carboidratos. É preciso garantir que o paciente está recebendo a quantidade adequada de cada um.

Frequência das refeições: longos períodos sem comer podem aumentar a sensação de fome. Talvez seja necessário ajustar os horários das refeições.

Qualidade dos alimentos: o consumo de alimentos com baixo teor de fibras e proteínas pode não promover a saciedade necessária.

Hidratação: muitas vezes a falta de ingestão adequada de líquidos pode ser confundida com fome.

Deficiências nutricionais: a falta de nutrientes específicos pode aumentar a sensação de fome. É necessário garantir que a dieta seja balanceada e completa, tanto de macronutrientes e micronutrientes.

A reeducação alimentar e as dietas restritivas

De acordo com Graciele, a reeducação alimentar é uma questão que depende, pois a restrição calórica deve existir. Ela esclarece que ao falarmos em emagrecimento, a pessoa precisa consumir menos calorias do que gasta diariamente, no entanto, uma restrição severa muitas vezes não é necessária. “Podemos utilizar diferentes estratégias alimentares, como dieta cetogênica, jejum intermitente ou dieta baseada em plantas. Isso deve ser feito com a orientação de um profissional de saúde, um nutricionista, que irá planejar adequadamente para evitar alterações metabólicas e disfunções nutricionais. O déficit calórico é essencial para o emagrecimento, mas restrições extremamente severas podem causar distúrbios como compulsão alimentar, ansiedade e outros problemas”, explica.

Alimentos proibidos durante o emagrecimento

Graciele argumenta que existem alimentos pouco interessantes para manter na nossa alimentação diária, como os industrializados, fast-food, açúcar. A nutricionista destaca que é possível emagrecer comendo chocolate desde que seja colocado com as necessidades do paciente. Entretanto, não existe um alimento específico que vai emagrecer ou engordar, mas o excesso deles, sim.

Imediatismo

A nutricionista aponta que o imediatismo pode ser um vilão no processo de emagrecimento porque, quando os objetivos não são alcançados rapidamente, o paciente pode sentir frustração e, muitas vezes, acaba abandonando todo o processo. Ela pontua que essa busca por resultados imediatos pode se tornar um grande obstáculo, pois a persistência e a consistência são fundamentais para o sucesso a longo prazo. “É importante adotar uma abordagem realista e sustentável, focando em mudanças graduais e permanentes nos hábitos alimentares e no estilo de vida, para alcançar e manter os resultados desejados”, pondera.

Orientação

Graciele comenta que sempre orienta às suas pacientes que definam metas mensuráveis, pois a primeira coisa que elas precisam fazer é entender todo o quadro clínico, condições atuais e o nível de determinação para a mudança. Com base nisso, planejamos a abordagem personalizada, incluindo restrição calórica para que cada uma consiga seguir de forma consistente. “Não é necessário um déficit calórico muito elevado. O importante é que ela siga o planejamento na maior parte do tempo. Quanto mais seguir o plano, mais sustentáveis serão os resultados”, finaliza.

Continue lendo

MAIS LIDAS